A Suíça não existe. E não somos nós que estamos afirmando. O próprio país se apresentou assim na exposição mundial de Sevilha, em 1992.
É que não há uma identidade única entre os suíços, o que eles compartilham é a vontade de fazer parte de um todo apesar das diferenças.
O território é dividido em quatro, tem a parte alemã, a italiana, a francesa e até a romanche, que herdou uma língua derivada do latim que está quase extinta e, até lá, é menos falada que outros idiomas de imigrantes, como (adivinhem só!) o português.
Esse respeito pelas minorias e pela diversidade, e essa vontade antiga de manter uma convivência pacífica entre povos distintos, faz com que a Suíça seja reconhecido pela neutralidade, tanto que conseguiu ficar fora de duas guerras mundiais.
Para conhecer bem esse lugar que só existe pela união das diferenças é preciso ver cada face. A maior cidade, Zurique, está no lado alemão e é o exemplo do PIB altíssimo do país com lojas caras e ar metropolitano. A capital, Berna, fica bem no meio de tudo e tem muitas heranças medievais. Lucerna é a número três da Suíça alemã, mas merece a visita porque faz uma síntese de todos os cenários. Tem lago, rio cortando o centro histórico e montanhas.
Na parte francesa, a sede da ONU e da Cruz Vermelha se destaca. Genebra não é só a cidade dos bancos e das instituições internacionais, mas convida a passeios pelo lago Léman e pela Place du Bourg-de-Fours. Lausanne é a base ideal para um bate-volta até a região vinícola de Lavaux, mas também tem um layout único, dividida entre as cidades Alta e Baixa, num plano inclinado. Já Montreux tem o castelo de Chillon como uma das principais atrações, além de uma estátua de Freddie Mercury e um museu em homenagem ao Queen.
Nos famosos Alpes está St. Moritz. A estação de esqui mais chique do país, que já é chiquérrimo, fica no cantão (equivalente a estado) de Grisões, onde o romanche ainda respira.
A montanha está a 2h30 de Lugano, na parte italiana da Suíça. É lá que mora a estudante Maria Vitória Mourão, que contratou a Central do Estudante para fazer o ensino médio num colégio interno.
Ela ajuda a desmistificar a fama desses colégios. Segundo Maria Vitória, apesar das regras e rotinas rígidas, os estudantes têm liberdade e podem sair à vontade desde que respeitem os horários das aulas e de estudo. Foi assim que ela conheceu não só o lago Lugano, mas também restaurantes ótimos como o Argentino,o Aqua ou o japonês Parq e a creperia Vanini.
Ela incentiva os turistas a passear por ali.
“É um lugar maravilhoso, com pessoas super educadas, bonito e com comida boa.”